Thursday, September 30, 2010

Monga tricô: o colete mais fácil do mundo

Terminei minha primeira peça grande sem orientação (já fiz um colete, mas tinha uma professora pra tirar as dúvidas quando precisava). No meu índice privado, chama "colete da Monga".


Foram três novelos de linha Sedificada, da Pingüim, tricotados na agulha 10 segundo esse esquema pré-primário:

Ou seja, você tricota a peça "de lado". A faixa laranja são dez carreiras de barra simples (um ponto meia, outro tricô, um meia, um tricô), as faixas rosa são sempre tricô (o ponto que faz uma ondinha), a faixa verde é sempre meia de um lado, tricô no avesso.

Os buracos você faz matando pontos. Tricotei vinte, matei dezoito, tricotei o resto (ficou um buracão, poderia matar menos pra um mais ajustado). Daí ficam duas faixas. Tricotei separado três carreiras de cada lado (vai ter de amarrar um fio pra começar no lado que ficar órfão), depois pus dezoito pontos na agulha e tornei a juntar. Parece difícil, mas não é. É a operação tosca que batizou esse colete. Mas se ficar difícil, a solução é "quebrar" a peça em partes que você saiba fazer e depois costurar. Nesse caso dá pra jogar facilmente com cores e pontos.

A faixa até o buraco tem a mesma largura do corpo, ombro a ombro. Se você fizer mais comprida, a ponta de cima vai cair até mais baixo. A que fica entre os buracos, evidentemente, a largura das suas costas, mas aí sem o ombro (a largura entre as cavas de uma camiseta ou camisa justa). Ah, sim, pra dar uma noção, tenho 1,60 e pus 70 pontos na agulha. Uma dica importante é por/montar os pontos bem frouxos, porque essa malha "estourada" fica bem mole e elástica.


Wednesday, September 29, 2010

Filme: Gigante



De 2009, feito no Uruguai por Adrián Biniez, argentino.
Conta a história de um cara enorme que monitora as câmeras de segurança de um supermercado de Montevidéu (ou seja, um proletário do poder disciplinar), faz bico de segurança de boate e se apaixona por uma moça do interior que durante o dia passeia pela capital (devidamente vigiada) e à noite trabalha de faxineira no tal supermercado.

Tuesday, September 28, 2010

A incrível língua brasileira

Essas eu ouvi de um mineiro:
"O computador deu biziu." A gente ouve o barulho da coisa pifando.
"O céu tá mofado." (nublado)
"Fulano fez o serviço pelos côco." De qualquer jeito, nas coxas.

Essas, de paulistas:
"Cadê o bisdruguinho do café?" Era a cafeteira. Acho essa incrível. Faz um recorte abstrato e preciso no reino das coisas com uma ironia caipira impagável contra o device.
"A gente tem alguma gininha?" Aquele arame revestido de plástico que fecha, por exemplo, embalagem de pão de forma.

Sunday, September 26, 2010

Pintura alemã contemporânea no MASP


Esse aí é de Gerhard Richter.

Tudo bem, eu disse que o blog é sobre a beleza pedestre. Mas a pintura de hoje lida justamente com o pedestre, senão com o "subsolar". Então lá vai. Visitei "Se não neste tempo, pintura alemã contemporânea 1989 - 2010" hoje; fica até 9 de janeiro, e segundo o site do museu às terças é de graça.

Tem um vídeo sobre a exposição com entrevistas com a curadora e um dos pintores no site do Metropolis, texto com algumas informações aqui e outro, no site do Goethe.

Saturday, September 25, 2010

Muda de hortelã

Durante anos morei numa casa sem uma área livre onde batesse sol, mas agora posso dar vazão ao meu amor pelas humildes ervas. Aos poucos, bem entendido, que as plantas demandam um espírito dedicado e constante que eu preciso fortalecer.

Às vezes é difícil a gente usar todo o maço de hortelã ou manjericão, não é? Então, você tira aquelas folhas maiorzonas mais perto da base e preserva as pequenas, do "olho". Esse é um jeito de consumir melhor os maços, caso você não queira ou possa ter uma muda. Vai usando de baixo pra cima, mantendo os ramos em água. Mas querendo/podendo, ponha os ramos na água, perto de uma janela, pra pegar luz, mas não sol, e espere... E veja se a natureza não é uma beleza: os ramos criam raízes.



Aí é só plantar... E regar, lógico. As ervas aromáticas gostam de solo arenoso (que drena rápido), sol e bastante água. Quanto mais sol elas tomam, mais aromáticas ficam.



Com uma planta em casa, não é preciso mais jogar fora - o que não se usa continua vivo. Fora que a planta no quintal é bonita, o maço, dentro da geladeira... Fazer mudas assim não dá certo com salsinha nem com cebolinha. Mas manjericão é bico, cresce até rápido demais. Hortelã, vou descobrir.

O pudim? Mais pra musse

Ficou bem gostoso, mas não desenformou bem. É, da próxima vez, mais gelatina.

Friday, September 24, 2010

Coalhada seca e mais um pudim de iogurte

Aqueles dois litros de iogurte do post anterior? Usei em mais uma experiência: deixei-os drenar num pano de algodão, ou seja, fiz coalhada seca. Aqui, uma nota: numa pesquisa-relâmpago, achei colhada seca a pouco mais de R$10 o pote de 300g. Fazer em casa sai pelo menos metade do preço - saberia ao certo se tivesse uma balança. Então, se você para por aqui, tem um monte de coalhada seca. Eu acho melhor salgá-la, tenho a impressão de que ela dura mais, mas só ponho azeite na hora de servir e na porção que vamos comer, porque senão o azeite deixa um gosto ruim. Dá pra por alho, ou ervas finas também. Fica especialmente bom com dill ou hortelã.


Nota: antes de fazer pela primeira vez eu tinha a maior aflição dessa história de por o iogurte dentro de um pano, achava que ele ia atravessar o tecido e escorrer todo. Não acontece, mas lembre-se de que o pano precisa ter a trama fechada e é melhor que seja de algodão porque você pode ferver depois do uso - tecido sintético não aguenta.


Recolhi o soro, aqueci 400ml e descartei uns 300ml, coloquei um pacotinho de 12g de gelatina sem sabor (mas infelizmente vermelha) e três colheres de sopa de Stevita (o tal adoçante cujo volume é igual ao do açúcar). Outra nota: quis usar o soro porque aprendi aqui que ele é super nutritivo, mas água também tem de funcionar, né?


Misturei a coalhada seca.


Enchi a forma até a borda pra desenformar direito, geladeira, e... amanhã eu digo se deu pra desenformar, mas acho que não vai rolar, não. A solução seria colocar mais gelatina, ou reduzir a quantidade de soro ou água mantendo os 12g de gelatina, mas acho que a primeira deve funcionar melhor - a coalhada é muito "pesada" e cremosa, acho que de fato precisa de mais gelatina pra pegar forma.

Wednesday, September 22, 2010

Como fazer iogurte

Wikipedia dixit: "O iogurte (do turco..., do adjetivo... "denso" ou "tornar denso") é uma forma de leite em que o açúcar (a lactose) foi transformado em ácido láctico, por fermentação bacteriana". Segundo o artigo a longevidade dos habitantes dos Balcãs foi associada à ingestão costumeira de leite fermentado, e foi um médico russo chamado Ilya Mechnikov, ganhador do Nobel de medicina por pesquisas sobre imunologia, que difundiu seu consumo.

As bactérias que produzem o iogurte são as "de proliferação controlada, como o Streptococcus thermophilus e o Lactobacillus yogurtii, L. bulgaricus ou L. acidophillus", segundo este texto, que tem um monte de informação interessante pra quem acha lindo, como eu, ser uma mera nota de rodapé da vida das bactérias. Ave, bactéria!

Mas então, como fazer. Primeiro, aqueça bastante o leite. Se o leite for de caixinha, é ultrapasteurizado, então não precisa ferver. A receita "schientifica" diz até 80 graus Celsius, mas "bastante, sem ferver" é bastante, não? Passe para uma vasilha que retenha calor (porcelana ou vidro); dá pra fazer isso depois, mas faça, essa vasilha é importante para manter a sopa de bactérias feliz. Daí o leite vai esfriar e quando você conseguir manter o dedo dentro dele (45 graus na schiencia) acrescente um copinho de iogurte.


Tampe a vasilha e de preferência embrulhe, pra ela ficar quentinha o maior tempo possível.


Pronto, em algumas horas as bactérias iogurteiras vão se multiplicar comendo lactose, o ácido que elas produzem vai desnaturar a proteína e o leite vai virar iogurte.


O tempo varia principalmente em função da temperatura ambiente, quanto mais quente o dia ou noite, mais rápido. Em geral eu faço isso à noite e no dia seguinte o troço tá pronto, como vocês podem ver pela luz das fotos.

Tuesday, September 21, 2010

Aerium

Terrariuns sem terra, com aquelas espécies que vivem "do ar". Elas nascem nos fios de eletricidade, por exemplo. Via Poppytalk, da Flora Grubb Gardens.



Saturday, September 18, 2010

Ma be Ma


Muito legal pra quem fala butohnês. Vi ontem. E amanhã é o último dia. No teatro municipal Cacilda Becker, Rua Tito, 295 - Lapa. Zona Oeste. Tel. 3864-4513
Link pro site da prefeitura com mais informações: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/noticias/?p=8264

Tuesday, September 14, 2010

Reabastecimento

Ontem eu tive uma virose, ou uma intoxicação alimentar, não sei. Embora seja de gosto duvidoso postar sobre isso, esse tipo de revertério é comum e acho que essas dicas podem ajudar.

Fora o óbvio (repouso e hidratação) acho que maçã e levedura ajudam. A maçã, principalmente pela pectina. Nessa circunstância, é melhor sem casca, e se a coisa estiver muito ruim, cozida. Quando nada desce, acho mais fácil comer maçã cozida que arroz ou batata.

A levedura - por aqui uma marca é Floratil - é um comprimido para recolonizar o intestino com as bactérias de que a gente precisa. Acelera muito a recuperação.

P.S. A batata da foto tem um pouco de requeijão, mas isso é porque eu já estou melhor, gordura e leite não são recomendáveis.

A ervilha cor de rosa

http://aervilhacorderosa.com/

Blog de uma portuguesa chamada Rosa Pomar (e que nome lindo) de cujo pique eu gosto muito.

Sunday, September 12, 2010

Manga ruim, chutney bom

Às vezes (ãm...) a gente erra. Comprei umas mangas super fibrosas, meio sem gosto. Nessas horas, é bom consultar as civilizações milenares: taca pimenta e tudo que é tempero, ferve e pronto, dizem os indianos. Uau, é muita sabedoria.

O básico é a pimenta vermelha. De preferência fresca, mas se não der a seca (sempre vermelha, malagueta ou dedo de moça) também funciona. Sério, qualquer fruta fervida com pimenta fica uma delícia com comida salgada. Nesse chutney aqui também foi cardamomo (tem que esmagar pra ele dar mais gosto), gengibre, cravo em pó, um pouco de canela e uma pitada de sal. Sei que o povo também põe açúcar, mas prefiro sem. Os quantos são questão de gosto, mas pra dar um parâmetro:

2 mangas horríveis
1 pimenta malagueta sem sementes, picadinha (já dá bastante emoção, mas se quiser mais, deixa as sementes)
uma colher de sopa de gengibre picadinho
3 cardamomos (uma baguinha com várias sementinhas, que eu martelei)
uma colher de café de pimentas do reino inteiras (as bolinhas pretas)
uma outra de cravo
meia de canela (porque a minha irmã não gosta muito)
meia de sal

Fervi bastante, pra ver se amolecia as fibras, e por isso tive que acrescentar um pouco de água. Mas geralmente, quando as mangas estão boas, fervo pouco pra ficarem pedacinhos mais doces e deixo descansar de um dia pro outro pros temperos soltarem todo o sabor. Orna super bem com carnes, na minha opinião.

P.S. As fotos estão horrorosas porque tudo isso aconteceu ontem perto de meia-noite.




Thursday, September 9, 2010

Replay

Da última vez tive ajuda pra colher as amoras. Mas prometi que não ia dar detalhes, porque de fato é um mico sair de casa com um lençol e uma vara, parar no meio da rua, tentar segurar uma ponta com uma mão e a outra com a boca e bater numa árvore com a outra mão... Sorte que uma boa alma resolveu nos ajudar - e acho que foi um momento feliz no dia dele também.

Deu uma bacia - com certeza mais de um quilo - que eu juntei aos morangos de 1 real do fim da feira e açúcar demerara pra ferver. No fim, dois vidros de calda/geleia, com certeza mais de um quilo, por algo como R$ 3,50. Mais o mico, claro, que na verdade é divertido.



Wednesday, September 8, 2010

RRR

Reduzir, reutilizar, reciclar. Hoje, reutilizar.

Não sou o que se pode definir como uma louca consumista. E no entanto sempre tenho coisas pra doar, roupas, utensílios domésticos...

As instituições beneficentes, quase todas de inspiração religiosa, justamente por isso me motivam certa resistência. Doar para elas com a consciência tranquila envolveria, se a gente fosse levar a sério, conhecer como elas redistribuem aquilo que recebem e/ou usam o dinheiro que arrecadam com a sua venda, o que, honestamente, não rola.

Daí que eu queira repassar a dica do Freecycle. É um site em que as pessoas anunciam o que querem doar ou precisam receber. Havendo interesse, o contato é por email. Doa-se diretamente pra pessoa que vai usar.

Essa é a página global: http://www.freecycle.org/
Essa, a inicial do grupo de São Paulo: http://groups.yahoo.com/group/SaoPauloFreecycle/

A objeção mais plausível é que um site só é acessível pra gente alfabetizada e que tenha um computador ou acesso a um. De acordo. As entidades beneficentes teoricamente atendem gente em situação mais precária. Mas fica uma outra opção, também porque certas coisas têm uma utilidade tão limitada (uma amiga doou uma coleção de fitas cassete!) que a doação aí serve exclusivamente a fins ecológicos. Além disso, as tais entidades aceitam só certos tipos de coisa, já no freecycle consegue-se passar de tudo pra frente. Uma das coisas que eu acho mais legais é que lá tem gente que pega lixo eletrônico e material de construção (resto de tinta, por exemplo).

Friday, September 3, 2010

Conceição do Mato Dentro

Como não amar esse nome?

Esse aí é outro restaurante, mais moderninho. O que me surpreendeu foi a cortina de "teresinhas" da última foto. Se não me engano, são tirinhas de malha amarradas com nozinho - boa ideia pra aproveitas aquelas peças velhas que na real não dão bons panos de chão.





Conceição do Mato Dentro

Esse lugar é um restaurante, e pro meu gosto autêntico demais, tipo muito autêntico de verdade mesmo, viu?
Mas gostei da santa negra respaldada pela peneira. E a cozinheira (o/s) era autêntica (o/s), que é o que interessa.


Do lado de fora havia uma capelinha com essa porta tão bonita.



Thursday, September 2, 2010

Berries time!

Chegou aquela época em que a caixa de morango tá um real no fim da feira. E a amora custa só o trabalho de catar - tem uma árvore enorme super carregada no jardim de um prédio aqui pertinho. Duas caixas de morango e um tanto de amora, mais açúcar, deu um vidro enorme de uma calda bem grossa, quase geléia.

Ainda a Serra do Cipó

Cachoeira da Farofa ou, para os íntimos, Cachoeira do Overlock. Fica dentro do parque, a oito quilômetros da portaria. A maior parte do caminho é por uma estrada no vale plano, o solo é mistura de areia branca e uma terra muito escura que deixa o pé irremediavelmente encardido. É permitido entrar nas trilhas a cavalo, e por isso há esterco pelo caminho, o que não deixa de ser estranho pra quem já andou por outros parques nacionais. Mas perto da cachoeira os cavalos não entram - porque aí é trilha mesmo, tem que andar nas pedras etc.





Wednesday, September 1, 2010

O blog de desenho de François Matton

Acrescentei um link à lista: http://francois-matton.over-blog.com/ É para o blog de um desenhista que me faz lamentar ter uma preguiça quase infinita para a língua francesa.

É muitomuito bacana, porque te dá acesso ao desenho cotidiano, que não se põe como obra ou esboço para obra, mas é exercício, íntimo, despretensioso... e te faz não o fruidor refinado, o cara que compra reproduções de cadernos, que deseja o facsímile da intimidade, mas um passante que olha o diário gráfico que o artista compartilha porque sim (imagino). o que só é possível num meio em que a reprodutibilidade é instantânea, infinita e, contando que se compra o tempo de determinada banda, não o volume de dados, financeiramente indiferente. Uma maravilha, acho.

Aceito agradecida indicações de coisas afins.

P.S. Apesar da preguiça, alguma coisa eu ainda entendo. E pra quem gosta de gatos o post do dia 25 de agosto é uma delícia.

Minas

Até semana passada eu não tinha realmente entendido que Minas é um país.
Essa cachoeira fica do lado de fora do parque e atende pelo original e sugestivo nome de Véu da Noiva. O fio d 'água da segunda foto cai setenta metros até o poço - a mancha verde na fenda nas imagens seguintes. Dá pra deitar na pedra da direita e olhar através do imenso espaço vazio para o cerrado cheio de buritis no vale.