Monday, March 25, 2013

Annie Murphy Paul: o que aprendemos antes de nascer




No site oficial aqui.

A moça é jornalista científica. Conta que ainda no útero os humanos aprendem muitas coisas, que podem influenciar grandemente sua vida. Como quase todo mundo que já viveu de perto uma gestação sabe, o bebê reage à voz da mãe, de todas as pessoas que ele ouve frequentemente, à música, às emoções que a mãe experiencia. Mas o que ela nos conta é que novas pesquisas estão descobrindo mais coisas que o bebê aprende - trata-se de um aprendizado, não de reação simplesmente, mas de algo que permanece com o indivíduo, algo que se estabelece nele.

O bebê, ainda no útero, aprende certos alimentos. Frase estranha. Quer dizer, pelo que eu entendo da narração da moça, que ele aprende que x gosto é de comida, e também que isso é bom. O que significa que o hábito alimentar começa a se formar mesmo antes do nascimento, e que a relação entre o hábito alimentar da mãe e, de maneira mais geral, mas não menos importante, a relação entre o hábito alimentar da criança e do grupo humano do qual ela fará parte é fundamental.

Mais ainda, o bebê estabelece, com base na dieta da mãe - e de suas emoções, talvez, embora isso não seja discutido aqui - certas tendências metabólicas. Isso se depreende da história que a conferencista conta sobre pessoas que foram gestadas durante o inverno da fome na Holanda ocupada de 1944: essas pessoas, gestadas num período em que em média as pessoas comiam 1/4 das calorias do tempo de paz, mostraram-se mais propensas a problemas como diabetes e doenças cardiovasculares. Ou seja, o hábito alimentar não é simplesmente preferência por certas comidas, mas uma maneira de organizar metabolicamente um organismo. Ele não toca apenas a experiência subjetiva do prazer de comer, não diz respeito somente à sensações de saciedade e fome, mas interfere na realidade mais fundamental do corpo, no metabolismo basal. Como diz a conferencista, organismos que foram gestados num tempo em que era necessário segurar cada caloria se encontram depois nadando no mar de abundância do pós-guerra. Eles ainda seguram as calorias, como aprenderam durante sua primeira fase de formação, e por isso sofrem...

Finalmente, ela discute os efeitos do stress durante a gravidez - tomando como exemplo os bebês de mulheres que sofreram os atentados do 11 de setembro.

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