Ele está prestes a adormecer, segurando a minha mão. Ouço uma chuva esparsa e o barulho das crianças do vizinho. Não é preto, exatamente, mas vá lá, vejo o recorte preto das coisas na estante contra a luz fraca, rosa alaranjada do vão da janela.
O calor da mão macia dele e a cintilação de uma poucas gotas no vidro. Um instante.
Me lembro então do fim das Ilusões perdidas. É como se fosse minha memória.
Penso então, quem entenderia isso? e logo em seguida como certas ideias são incompreensíveis para algumas pessoas e para outras, como o... Como se diz isso mesmo? Não, não é hizbollah! (Ninguém me ouviu pensar isso, certo?)
Vou ao banheiro. Me imagino contando o final das Ilusões perdidas pra minha cunhada, que cara ela faria? Aparece a cara do Freud, o olhar fulminante. O shibboleth, sua louca.
Tá, o shibboleth que as revela às suas iguais.
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